terça-feira, 5 de agosto de 2008

Um pingo de Razão


Tem dia que a borracha é minha serva
tem dia que a cerva trabalha em mim
que é quando a arte não tem graça.

Tem hora que é difícil combinar sentido com palavra.
Tem hora que de tanto esforço
a obra acaba em uma desgraça.
Tem gente que só pensa em botar algo de perfeito
mas no fim se esquece da raiz que realmente dá o efeito.
Tem gente que elogia sem saber o que é e depois aplaude
justa e somente pelo fato de ser uma mera poesia de alarde.
Aí é que está o problema:
essa gente com mania indecente de adorar
um conjunto de versos de que nada entende.
Parem. Isso já está me deixando doente.
Eu não quero gerar briga
nem qualquer tipo de confusão
eu não quero ver intriga
e nem chamar atenção.
Eu só gostaria, alheios queridos
que aguçassem seus ouvidos
pra que as frases tenham seus verdadeiros sentidos
e pelo menos um pingo de razão.
E por último, eu lhes peço um favor: que perpetuem, também,
as que vierem de qualquer coração.
Fábio Coelho (Dezembro de 2006)

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