quinta-feira, 7 de agosto de 2008

O Pânico da existência


Sei lá, é uma sensação estranha. É como se eu me sentisse dentro de mim mesmo, como se eu fosse um só, mas em algumas situações, dois ou até infinitos; incontáveis, na verdade! É uma paranóia. Paranóias são legais. Confundam a mente do humano, mas pelo menos tem uma função de emoção. Às vezes, por insegurança, acho que meu segundo Eu sempre deve estar vigiando meu primeiro e puro Eu, sendo que ele sempre sabe que está sendo protegido. É estranho. Afinal de tudo, eu estou dentro de mim e todos eles são Eu. Mas, ao mesmo tempo, sei que sou só um, por lógica. É lógico! Quando fiz alguma coisa de que não gostei, eu fico com vergonha de mim mesmo, como se voltasse essa estranha sensação de que não sou só um. Aí a situação é a seguinte: eu fico me assistindo, o Eu “Ele” me olhando com decepção por meu segundo Eu ter vacilado. E eu, de fundo, fico envergonhado do meu “Eu Ele”. Só entenderá isso quem tem esforço e ausência de vergonha.

Fábio Campos Coelho (2006)

Um comentário:

luna disse...

geeenial!! muito profundo, muito massa! muito muito muito!