domingo, 27 de abril de 2008

Gente Inteligente




Nessa vida sem sentido, eu como um mendigo
da sabedoria nem procuro mais a verdade.
Os espertos vivem pensando e me falando
Que o alvo agora costuma ser a felicidade.

E nós nessa cidade, sendo feliz e um pouco triste
Rimos das máquinas e robôs que são controlados.
Mas quem sabe somos passarinhos comendo alpiste
Presos nas gaiolas pelos mundos estressados.

Tem gente que estuda o dia inteiro
Tem mestrado, doutorado, e é respeitado.
E nem sabe ainda que o presente é o primeiro
A ser algo priorizado.

Deveria ser mais esperto e menos sensível
E parar de pensar no passado e no futuro
Poderia viver e reviver o que me é possível
Porque é certeza que nem é bom ser tão puro.

Sr feliz à vontade não é não ter responsabilidade
Eu quero comer tapioca com catchup, sorvete com arroz
Parei de ter mania de ver o futuro como santidade
Deixa eu curtir o agora, as espinhas e diarréia vêm depois.

Fábio Coelho (2007)

sexta-feira, 18 de abril de 2008

atravessando o limite


Eu tento ver até onde meu crescimento vai.

A experiência, já conseguida pela dor e compreensão, sinaliza-me que não há limite de crescimento, mas o instinto racional vai totalmente na contramão:

me fala para não perder tempo com isso, pois tudo tem conceito; e conceito é longe da realidade.

A realidade, então, não diz quem é, como é, ou se existe mesmo, estimulando eu a parar de pensar.

É miuita filosofia para o meu gosto. E daquelas confusas mesmo, sem capacidade de representrar certeza.


Viva o fluminense, mas viva o flamengo também!

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Beiço, amigo Beiço


Beiço, você é um safado
Fala que não pode pegar
A tal da derradeira,
Mas não sabe que lá
Em cima da geladeira,
no fundo do freezer
Tem a minha saideira.


Beiço, amigo vinícius,
Você, que é da família Valadares
Que não cança de se embebedar
Pelos bares, não pode ligar
Para uma pobre cerveja.


Porque os amigos do Marista
Valem mais que um artista
Olha esse valor menino, veja.


Beiço, coleguinha da boca grande
Não fique ancioso assim, dependente
Pessoas como você não pode
Se afogar nbo álcool,
você é um cara inteligente.


Pare de jogar esse Pôker.
esse jogo é puro vício,
E além do mais é muito difícil
um macaco não vive só de cipó.
Manda essa breja pra cá,
Não me deixe assim tão só.


Fábio Coelho
04/04/08
Escrita numa normal sexta-feira

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Pronome Relativo


O mistério, que todo mundo gosta de sentir, junto com epifania.
A epifania de toda noite, que chega por causa da solidão.
A solidão inimiga de quem só quer ser feliz, e que tem saudade.
A saudade que espera por um abraço que nunca chega.
O pronome relativo que tanto exprime a prova da vida.
A vida, o cúmulo do número um, e por isso dá tanto medo.
O medo que protege, mas impede de acontecer a sorte.
A sorte, que não avisa quando vai aparecer e depois é superada pela atitude.
A atitude que não dá desculpas ao erro oculto.
O erro feito pelo ser humano pelo simples fato de ser imperfeito.
A imperfeição, com o seu lado ruim humilha a perfeição.
Que um dia vai cansar de fingir ser bela e confessar que nunca foi perfeita.
E por fim, o quebra-molas da rua, que pega de surpresa o carro,
Só para avisar aos viajantes que a viagem da vida só é aturada porque tem tristeza.


Fábio Coelho (06.01.08)

terça-feira, 8 de abril de 2008

A tal da experiência


Quando você pensa que tudo é completo assim
Como essa pobre ilusão de achar que tudo foi visto
Ou vivido, sentido sem ter sofrimento.

Quando você pensa que já não tem mais nada
Para aprender porque a puberdade já passou
Porque já sabe tratar a mulher do jeito como
Todo homem trata.

Quando você acha que compensa um dia
Ser educado fazer o máximo de silencio
Possível porque acredita que um dia
Toda essa bondade voltará para você.

Quando você estuda o que não gosta
Só porque sabe que não sabe de nada e
Tem agonia de ser tão ignorante assim.

Quando você descobre que nunca vai
Saber das coisas vindas da coincidência,
Aquelas coisas que lhe farão conhecer
a mulher da sua vida ou qualquer outro tesouro.

Você é igual a mim. Pensa que não sabe,
Mas pensar nisso é o primeiro sinal
Da experiência. Mas que mania feia é essa
De pensar que ser criança é decadência!

Fábio Campos Coelho (08.04.08)

domingo, 6 de abril de 2008

O tempo




Por que você quer crescer, meu grande amigo?
Prefere ter barba e beber a ser criança e ter aquele direito de errar.
Por que você tanto gosta assim do tempo, meu amigo?
Fica inquieto e eufórico pra depois na solidão se lamentar

O tempo é apenas envelhecimento,
traição em forma de simpatia .
Gera, destrói, faz voltar e é traíra.
Sua única filha virtuosa é a experiência.
Mas sim, é lógico. Isso é conseqüência de vivência.

Ciência. Nem ela explica a sua intenção,
se é alegria, vaidade loucura ou ilusão.
Tempo: seco, calado, cínico e infinito
quem será que consegue te parar, dono da morte?

O tempo dá sorte, saudade e arrependimento.
Faz você virar e revirar seu pensamento.
Absorve amores, excreta horrores
e faz rumores nos desejos já cansados.

Mas tome cuidados, muito cuidado, meu amigo.
Que o tempo é seu maior inimigo.
Ele é a sua parteira, te ensina as manhas,
as artimanhas, os charmes e a poesia.

É o que dá agonia quando não se tem mais ele pra ter prazer.
Mas quando de repente você não existe mais
ele continua a sua incrível aventura namorando a sua morte.
Como se não houvesse nada por trás.

Fábio Coelho (2006)

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Adolescência


O olhar para o lado direito para ver como o olho dela é lindo. O entrar na sala de aula com cara de sério a fim de impor aos outros que seu caráter merece respeito e interesse.
Esnobar a menina um pouquinho só, que é para ver se ela vem atrás. Dar algum objeto a alguém sem querer troca alguma, só porque caráter diferente é aquele não programado. Fazer graça no elevador para ver se a vida oferece mesmo a oportunidade da posse de alguém. Ter agonia do silêncio, pois o silencio é coisa de quem não tem nada na cabeça. Chorar na frente da criatura presentemente amada para que depois não arrepender de nunca ter sido feliz. Querer viajar para algum lugar bem longe só para se conhecer alguém um pouco mais que interessante. Tentar mostrar os lados bons e esconder as espinhas. Tudo isso é improviso já antes armado que, para conseguir fazer, antes tem que ser um adolescente.É como morrer e nascer; é naturalmente normal. Quando se vê, algo já se consumou. E os adolescentes, esperando cada vez mais, improvisam a solução de viver do jeito como pode e cria. O improviso, sempre inconstante, é a bula de todo mundo que tem a saudável doença de ser adolescente. Não há segredo, cada um descobre o seu para não ser triste.

Fábio Coelho (04.04.08)

terça-feira, 1 de abril de 2008

Finalmente




Enquanto alguns aproveitam o dia
Eu com essa nova filosofia
De ser contrário ao pensamento

Confortável e próximo à razão
Me tranco aqui no quarto
Inventando um sofrimento moderno.

O sofrimento que não tem cara de dor
Me ensina que nem toda cara feia é triste.
E analisando tudo o que existe

Consigo ver que não vejo nada de verdade
Porque essa linda verdade inventada
Pelo homem só é verdade porque é invenção.

Mas a revelação do segredo que
Minha experiência me contou baixinho no ouvido
Anda meio quietinha e calada, ela anda me traído,

Porque toda verdade tem um segredo
Que também tem outro segredo
que tem medo de se relevar.

Então eu sem poder confiar em ninguém
Confio agora só em mim, que pelo menos sou alguém.
E quem sabe venha por aí a verdade verdadeira
Me dizendo que é besteira ficar ouvindo qualquer
Outra verdade que não seja a construída por mim mesmo.

Aí depois disso tudo finalmente eu descubro
A confusão que me afundava da ilusão de que
Aquilo em que acreditava era realmente a verdade
Da verdade, que nunca me ajudou me oferecendo
a felicidade que não se compra na feira, nem
na festa, nem na igreja de trindade.

Agora estou tranqüilo, sem querer entender o certo.
Já que o mundo aberto só confunde
A cabeça de quem quer entender
Mas não entende nada de tanto concluir.

Você me pergunta como consigo ser feliz.
E eu lhe respondo: porque eu quis.

Fábio Coelho (22.03.08)