Teoria cujo resultado a matemática não alcança,
pois os números não são contingentes, volúveis,
eles sabem o seu passado, seu futuro
e o seu desenrolar.
O que é o amor? Pergunta que nunca se evapora,
já que cada pessoa é um universo
e cada opinião é um axioma
mais complexo que qualquer filosofia
ou conceito de política.
O amor é líquido,
é ilusão ciente de ilusão,
uma certeza que não quis ser certa,
a verdade irascível, quando a mentira o vem acometer,
porque o amor quer ser amor por excelência.
Ele sabe da sua vitória diante do sossego
e de sua essência composta de saturação de serotonina.
Primeiro, enjoa-se da namorada, magoada levianamente
(por simplesmente ser esse ser emaranhado "fêmea")
e acha-se que a distância por dois, três dias, uma semana
vai lubrificar o contato já áspero dos amantes.
Depois, a imagem da criatura amada vira adesivo
forte e contumaz, pregado na memória
na forma dolorida de alarme:
Não seja tão maleável, meu filho; o amor ja o é!
Mas não é para se assustar com a contradição contida nele.
Não conte para ninguém:
A configuração sinuosa e preenchida de vicissitudes
que o amor lhe apresenta
é a redenção, a salvação, a solução para o fastio.
Os vagabundos não aguentam mais jogar sinuca.
Primeiro, o amante diz que ama muito,
mas conclui que "amar muito" é pleonasmo.
Depois, fala que ama pouco,
mas não existe "amar pouco"!
Quando se ama, o sentimento supera
todo arquétipo de sentimento.
Não existe verdade, nem existe mentira,
agora tudo é simples e uno,
e o amor é coisa absoluta.
E para os que investigam o sentido da vida,
que não procurem a paz!!!
Ela não lhes dirá nada.