terça-feira, 15 de julho de 2008

Meu Cãozinho


Alvo da casa, terapia da família.
Feliz sempre como se não
Houvesse motivo pra ser triste.

Meu cão, que nem tem sentimento,
Anda pela casa sem tormento
Balançando o rabinho quando
Algum membro da família chega.

Pelo branco, encanta todo mundo
Com o seu tipo de amor.
Todo mundo ama ele.
O porteiro, a empregada e o zelador.

Na hora em que ele vê alguém
Chegando perto
O cãozinho esperto vira a barriga
Pra cima e mostra que não quer briga.

Não interrompe nem atrapalha ninguém
Ele quer carinho, porque
Quer ser gente também.

De manhã, a gente ouve os passos dele
É o membro da casa que acorda mais cedo
E de noite, se ouve algum rumor na porta
Ele late, espicha o pescoço e depois
Confessa que tem um pouco de medo.

Se alguém ameaça dar o bote
Ou faz algum gesto mais grosso
Ele pega o seu velho osso
E corre ao redor da mesa.

O contraste entre o branco feliz
E o preto do seu molhado nariz
É equilíbrio do alegre triste
É o que existe de pura beleza.

Sua prova de companhia é seu choro de lobo
Que faz quando alguém sai.
Meu cachorro é feliz,
Não atrapalha e sempre ajuda.
Meu cãozinho Duda.


Fábio Coelho (2007)

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