Fábio Coelho (10.06.08)
quarta-feira, 30 de julho de 2008
Terapia e a Ridicularidade
Fábio Coelho (10.06.08)
terça-feira, 29 de julho de 2008
Elogios
(Fábio Coelho)
(15.05.08)
segunda-feira, 28 de julho de 2008
O papel
domingo, 27 de julho de 2008
Flexibilidade aleatória. Pleonasmo?
Fábio Campos Coelho (26/11/07)
domingo, 20 de julho de 2008
Seria um testimonial
Eu já falava isso pra você há muito tempo. Não se lembra? Na hora do caos, deixe todos os humanos sorrirem e se amarem. É direito deles. Deixe também eles passarem ciúmes uns nos outros. Você pode até se revoltar, mas é que a revolta não fere o outro como o revoltado quer que fira. Entenda essas ações medíocres como esgoto de pessoa que não consegue chegar ao asfalto. Não conseguem, pois não querem; isso também é direito deles. Em relação a temperamentos, por favor, mudemos de teoria: não seja emocionalmente constante, já que ser sempre calmo e tranqüilo acarreta a fúria selvagem que um dia com certeza se dá. Talvez viver aleatoriamente seria uma solução boa; ser imprevisível dista o stress de si. E por último, não controle a praxe de sofrer: sofra à vontade. Chorar não é vergonha, é direito inalienável. Não se esqueça: a lágrima nunca faz mal, pelo contrário. Segundo os biólogos e médicos, é o melhor tipo de colírio. Ah! E antes de mais nada: tenha dó dos normais, eles ainda não sabem que burro é quem não é ridículo. E enquanto vivemos como agnósticos, creia, porque o respeito também contém fé. Além de tudo, a vida é só uma. Com isso tudo, e não contudo, a segurança lhe virá ao pé.
Fábio Coelho (14.07.08)
quinta-feira, 17 de julho de 2008
Pintando camiseta
Mas esse negócio de vestibular
Está me fazendo parar de pensar em filosofia
E na alegria de todo dia, porque na escola
Só tem historia e geografia.
Todo dia que eu vou trabalhar me vem
Aquela pergunta: por que tanta labuta,
Só para saber se existe
Força de atração entre
O espaço e a terra
Ou para saber das maiores
Leis que proporcionam
A paz e evitam a guerra.
Mas eu desisto do esforço de fazer
Alguma coisa útil mesmo que não seja
Tão útil como salvar alguém,
Mas me faz bem, pra mim faz bem.
As pessoas, quando ficam mais velhas,
Têm mania de ficar mais caladas.
Porque mesmo com tanto desrespeito
É melhor fazer silêncio do que encher
O saco de alguém.
É que com o tempo se percebe
Que quem fala muito
Cansa o ouvido do sujeito.
É melhor pensar antes de falar.
Eu prefiro ser um Zé ninguém.
E o povo ainda dorme
Enquanto o professor de redação fala
Sobre pós-modernidade.
Ou é muita maldade,
Ou é falta de idade.
Fábio Campos Coelho (2008)
terça-feira, 15 de julho de 2008
Meu Cãozinho
Alvo da casa, terapia da família.
Feliz sempre como se não
Houvesse motivo pra ser triste.
Meu cão, que nem tem sentimento,
Anda pela casa sem tormento
Balançando o rabinho quando
Algum membro da família chega.
Pelo branco, encanta todo mundo
Com o seu tipo de amor.
Todo mundo ama ele.
O porteiro, a empregada e o zelador.
Na hora em que ele vê alguém
Chegando perto
O cãozinho esperto vira a barriga
Pra cima e mostra que não quer briga.
Não interrompe nem atrapalha ninguém
Ele quer carinho, porque
Quer ser gente também.
De manhã, a gente ouve os passos dele
É o membro da casa que acorda mais cedo
E de noite, se ouve algum rumor na porta
Ele late, espicha o pescoço e depois
Confessa que tem um pouco de medo.
Se alguém ameaça dar o bote
Ou faz algum gesto mais grosso
Ele pega o seu velho osso
E corre ao redor da mesa.
O contraste entre o branco feliz
E o preto do seu molhado nariz
É equilíbrio do alegre triste
É o que existe de pura beleza.
Sua prova de companhia é seu choro de lobo
Que faz quando alguém sai.
Meu cachorro é feliz,
Não atrapalha e sempre ajuda.
Meu cãozinho Duda.
Fábio Coelho (2007)
segunda-feira, 14 de julho de 2008
O engenheiro
Parece papo preso em cadeado
Eu prefiro mudar de assunto.
Por que pensar em romantismo,
Se é o romantismo que nos faz
Pensar? E às vezes pensar só
Acaba de afundar o sofá.
Um dia um engenheiro, que fazia tudo
Era um bom trabalhador,
Sabia a medida da força do martelo,
Construía igreja, praça, escola, castelo.
Foi chamado para fazer uma obra,
Mas que obra mais difícil!
Ele tentou com todo sacrifício
Procurando o ideal artifício
E não deu conta da missão.
Pois a obra não era medir
Nem pegar no cimento.
É inútil o conhecimento
Quando se fala em coração.
(27.03.08)
Fábio Campos Coelho
sábado, 12 de julho de 2008
Dia do tímido
Fábio Coelho (30.03.08)
Honras próprias
Fábio Campos (sem data)
sexta-feira, 11 de julho de 2008
O costume de viver
quarta-feira, 9 de julho de 2008
Também acontece
Que daqui a pouco ela volta
Eu digo isso meu irmão
Porque já vivi a dificuldade
Que um amor tem para
Se confessar.
É assim mesmo,
Você fica pensando de noite
Sozinho, porque ela tanto
Demora pra descobrir,
Mas ela tem medo de da
Escada gigante do amor cair.
Mas não perca a paciência nego,
A escada é ferramenta de delicadeza
Enquanto um sobe o outro agüenta
Que é pra provar paciência e gentileza.
E outro conselho de garoto sofrido
Se ela cair lá de cima não julgue,
Nem reclame.
Mesmo o homem mais perfeito
Do mundo um dia dá o seu vexame.
E quando você estiver com a cabeça
Quente demais não vai sair na rua
Fazer besteira, quebrar copo, rasgar retrato.
Só vai conseguir ter respeito
Aquele homem que, mesmo com as
Decepções inesperadas, ainda é sensato.
Eu lhe garanto: quando você estiver
Na descrença do amor, desanimado
E aflito.
Ela vai te pedir perdão e os dois juntos
Na escada vão subir até o infinito.
Fábio Coelho (09.07.08)
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Sexo
Depois acelera, estimula estimula. A todo instante mantém uma certa comunicação com minha consciência,
avisando que está tudo bem e que o ato é sempre assim
é exercício delicioso, violento, prazeroso
é o momento em que você bota todas as vontades cotidianas no pote cheio de maravilha notória. Faz bem à saúde, oferece um sorriso esperto e pilantra.
Arrebenta a meiguice, elimina a timidez e mostra a coragem.
é bom é muito bom; é um vício que nem os pais contestam.
O seu resultado é o alívio, seu começo é pirracento e ansioso e o meio é essencial.
e se alguém intrometer, meu Deus do céu, em um segundo acaba com a moral.
É safada, necessária apaixonada mas nunca precária.
Surge em qualquer lugar e quem insiste em desistir é alvo de tentação e consequentemente tormento. Nossa, como é um sofrimento não poder saber de toda maravilha oferecida pela própria natureza.
Quem fala que é pecado é infeliz e invejoso, pois não há arte mais alegre que esta. Pode causar estrago, mas um estrago que não faz mal.
Gera gente, coloca uma semente no buraco do inferno. Vai, volta, vai volta e assim vai constantemente.
Até que uma hora um homem inocente finalmente confessa que não tem mais forças e sente que seu grande, invencível e valente machado foi traído e sugado pelo mais belo e cínico monumento feito por Deus: o orifício do Diabo!
domingo, 6 de julho de 2008
João e Pedro
Quando crescer ele queria ser um bom pedreiro.
Quando João cresceu arrumou um amigo chamado pedro que era pedreiro.
Um dia João perguntou para Pedro:
__O que você faz?
__Eu sou pedreiro, e você?
__Eu também queria ser pedreiro para construir muitas casas.
Pedro, como era muito bom falou para João:
__Estou construindo uma casa e vou levar você para me ajudar.
E os dois foram trabalhar juntos até 1996.
E como Pedro não tinha casa, só João tinha, ele convidou o seu amigo para morar com ele.
Quando terminaram de construir a casa, saíram procurando outro emprego.
Como eles eram bons pedreiros acharam nova construção para fazer.
Eles eram felizes porque trabalhavam.
Ficaram ricos e saíram do emprego.
Fábio Campos Coelho (1996)
Passa-Tempo
Mas para tudo isso há uma explicação: O escritor sempre esteve tentando provocar no leitor a vontade de descobrir o mistério, porque a caneta também não consegue descobri-lo. Mas se a graça do mistério é sua própria existência, deixa pra lá. Tudo é passa-tempo, como a vida.
Fábio Coelho
(01.07.08)
sexta-feira, 4 de julho de 2008
Ouro preto
Para conhecer outros sotaques
E depois ver que os melhores parques
Ficam aqui na sua cidade?
Por que querer mudar de vida
Se a vida vai continuar a mesma?
Algo diferente pode até
Acontecer, mas não vai passar
Do dinheiro a mais do aluguel
Que você terá de pagar.
Para que procurar tantas repúblicas
Se você já mora numa casa
Onde tem a empregada, o irmão
E os pais que sempre acordam
De madrugada pra conferir
Se você está realmente bem.
Por que sair da sua cidade natal,
Onde tem a galera alto astral
Para morar sozinho e chorar
De saudade, mesmo com tanta
Liberdade de acordar mais tarde.
Faz o seguinte: você vai lá e testa
Se realmente tem muita festa
Que de verdade vai lhe agradar.
Mas como menino você se comporta
E ainda não sabe que o que importa
É uma só pessoa que o possa amar.
As cachoeiras têm água transparente
E a gente não consegue achar paisagem melhor.
Mas antes de você mudar, use a mente:
Não poderá mais tomar banho de água quente
Ouvindo Jorge Ben Jor.
Fábio Campos Coelho
(04.07.08)
terça-feira, 1 de julho de 2008
A sabedoria
Anda tudo bem contigo.
Mas não vai achar que
Essa gloriosa estabilidade
Exemplar e justa personalidade
Não pode te derrubar.
Eu sei, meu caro amigo.
Já aconteceu comigo.
Quando tudo estava bem
No auge da segurança
Veio uma simples criança
Dizendo verdades que eu esquici.
São verdades bem simples
Que os adultos esquecem
Por causa do costume de cansaço.
E então, de tanto viver a vida
Não querem mais embaraço
E acabam com preguiça de pensar.
Mas as coisas não são assim, meu rei.
Por que atrás da Bíblia e enciclopédia
Da gramática e do dicionário
Do livro antigo escondido no armário
Está alguma lei.
Que se despedaça em valores
Que você tem preguiça de entender
Porque entender a verdade é muito problema.
Então você diz que já bastam os seus
E problemas ninguém quer ter.
Porém, se você não seguir os velhos conselhos
De justiça e humildade
Quando você tiver com um pouco mais idade
Vai se arrepender.
Não entenda a voz da sabedoria
Como algo que quer te humilhar.
É que com o sofrimento do dia-a-dia
Alguém tem de a verdade avisar.
Fábio Coelho (01.07.08)