Escrever é distrair a tristeza
com a alegria que se tem,
mas que nunca é observada.
com a alegria que se tem,
mas que nunca é observada.
Escrever é cavar o buraco
desnecessário de se cavar
e quem cava é só
quem quer lembrar.
desnecessário de se cavar
e quem cava é só
quem quer lembrar.
Escrever é provocar o leitor
para alguma conclusão
inexistente, porque a preguiça
de pensar ainda existe.
para alguma conclusão
inexistente, porque a preguiça
de pensar ainda existe.
Então é só inventar alguma
teoria independente de concordância
alheia para perceber que
não vale a pena ser triste.
teoria independente de concordância
alheia para perceber que
não vale a pena ser triste.
Escrever é quebrar o prato
no chão da cozinha e não varrer,
porque o escritor sabe
que a correção também é imperfeita
e o experimento é necessário
antes de ele morrer.
no chão da cozinha e não varrer,
porque o escritor sabe
que a correção também é imperfeita
e o experimento é necessário
antes de ele morrer.
Escrever é ter a respiração alterada
por causa da agonia ou desalegria
que passa por ruas de realismo
até chegar ao endereço.
por causa da agonia ou desalegria
que passa por ruas de realismo
até chegar ao endereço.
É a tal mania de quem escreve
e ao choro não fica imune,
mas não nega seu velho costume,
e ao choro não fica imune,
mas não nega seu velho costume,
pois sabe que sua caneta não tem preço.
Fábio Campos Coelho [14.06.08]
Um comentário:
eu quase decorei do tanto que li.. amei, amei! descreveu o 'escrever'.
Postar um comentário