terça-feira, 17 de junho de 2008

Epifania



Epifania, minha senhora magnífica, minha pérola natural, causadora de meu sucesso. É o processo sublime que vem em forma de conseqüência do dia-a-dia e me faz supremo da poesia. Sem querer, sem palavras lindas, eu vou andando sem futuro, olhando para o escuro e tentando sentir o que sentia a três minutos atrás.
Epifania, é você que me faz outro, de forma verdadeira. Quem está ao meu redor pensa que é superficial ou estranha. Mas eles não sabem que o momento de inspiração é a hora ideal. O papel e caneta se tornam apenas escravos, cobaias acessórios da obra do século.
O que ninguém jamais viu sempre esteve com todos nós na hora do banho, da viagem a Caldas Novas ou na hora do mau cheiro.
Você é imprevisível, vem do nada e me traz grande desespero quando não há registros. Mas quando existe possibilidades, eu, junto ao meu dom, faço eternidades, cidades e brinquedos. Quem mandou eu te conhecer, epifania?
Agora a cola é permanente e o prazer se desenvolve com curiosidade de amanhã. Aham, eu não me prendo a um mundo só. O seu tom é como dominó: uma idéia leva a outra e assim por diante.
É tão engraçado como a inteligência verdadeira é repentina, na escada ou na esquina. Pode ser aqui ou ali, qualquer lugar. E um dia eu vou fazer a perspectiva mais pura com o meu próprio xixi.


Fábio Coelho (2006)

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