sexta-feira, 7 de março de 2008

Preocupação de todo escritor



Chegou a hora! Quando tudo está pronto para eu escrever acontece-me uma responsabilidade sem porquê de falar coisas interessantes, que realmente mecham com a cabeça de quem está lendo. Sei lá; deve acontecer isso porque eu já escrevi certas idéias significativas e então vem em mim uma idéia de que eu tenho que continuar a escrever algo útil para a alma do leitor, além do mais, é muito bom fazer alguém pensar, ou tornar alguém menos vulgar através da linguagem. Talvez, com quase toda certeza, isso seja o meu próprio limite que limita o meu colapso, a minha decadência, ré, desando, atraso quanto à escrita, ou seja, essa cobrança de sempre criar algo seja totalmente benéfico, como se eu fosse meu próprio professor, dizendo-me para que nunca pare na pista, segundo Raulzito. Seja após um dia inteiro de trabalho, ou de viagem, ou de natação; mas não: eu tenho a necessidade boba e salvadora de escrever qualquer coisa, tendo algum conteúdo divertido ou filosófico está tudo bem. Foi usado por mim o adjetivo “salvadora” porque o que eu escrevo efetivamente me salva da falta de motivação, de auto-estima, me salva da punição que eu coloco em mim mesmo. Na hora do desânimo é um prazer saber que se tem ou fez pelo menos alguma coisa boa pra alguém. Os pensamentos negativos fogem na hora, por causa da energia positiva gerada pela certeza de que nunca se é o pior do mundo e sempre se tem mais algo a fazer. E assim, achando que também nunca serei o melhor, vou evoluindo com minha própria palavra, que, se infelizmente não tiver sentido pra alguém, ao menos tem pra mim. Já ficaste feliz por estar satisfeito contigo mesmo, grande amigo? Pois então, é o que acontece comigo nesse caso: a única sensação de que, através de alguma conduta menos fútil possível, sou um pouco mais que alguém.


Fábio Coelho (24.01.08)

Um comentário:

Xella Machado disse...

um pouco mais que alguém e alguém abaixo dele