quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Diálogo incerto




Olhando o filtro dos sonhos de barbante colorido feito pra pintar camisas eu continuo olhando e pensando no limite de pensamento dos outros.
Será que a coincidência é exata ou tão aberta assim, inconscientemente, como se não soubesse da sua existência? A coincidência é linda. Faz a gente rir sobre muitos casamentos, namoros e outras coisas amistosas.


__ A atitude está na coragem de falar tudo aquilo de que a criatura amada possa rir ou não aceitar, meu amigo João.

__ Talvez umas palavras bem medidas mudem o futuro, somente pelo fato de terem sido expressas com sinceridade. Imagine só conquistar alguém assim, de um jeito que se acha pouco provável.

__ Mas aí é coincidência?

__ Não, é um fato exato, José.

__ Uai, mas a coincidência não pode ser exata também? Ou a própria exatidão poder ter dois significados? Você me deixa confuso, mais do que a vida já me deixa, João.

__ Não, José essa confusão não adianta, nem importa. A conclusão desejada por mim é que a coincidência realmente depende da conduta e vontade de cada um de nós.

__ Como assim, João?

__ É o tal do velho clichê: O futuro quem faz somos nós. E isso nunca foi ridículo, embora sempre pareceu.

__ Deeer...Você é totalmente louco, João! Mas então a loucura pode ser fruto de inteligência excessiva, né?

__ Não, inteligência mexe com lógica. Já a loucura só brinca com a lógica, o que não passa de uma brincadeira inteligente.

__ É verdade João. Você é bem inteligente. Descobriu tudo!

__ Mas vem cá José, como nós chegamos a esse assunto mesmo?

__ A gente não chegou, João. A gente não existe.

__ Mas como, se eu converso com você agora?

José se cala e o escritor vai dormir.


Fábio Coelho (23.11.07)

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