terça-feira, 1 de abril de 2008

Finalmente




Enquanto alguns aproveitam o dia
Eu com essa nova filosofia
De ser contrário ao pensamento

Confortável e próximo à razão
Me tranco aqui no quarto
Inventando um sofrimento moderno.

O sofrimento que não tem cara de dor
Me ensina que nem toda cara feia é triste.
E analisando tudo o que existe

Consigo ver que não vejo nada de verdade
Porque essa linda verdade inventada
Pelo homem só é verdade porque é invenção.

Mas a revelação do segredo que
Minha experiência me contou baixinho no ouvido
Anda meio quietinha e calada, ela anda me traído,

Porque toda verdade tem um segredo
Que também tem outro segredo
que tem medo de se relevar.

Então eu sem poder confiar em ninguém
Confio agora só em mim, que pelo menos sou alguém.
E quem sabe venha por aí a verdade verdadeira
Me dizendo que é besteira ficar ouvindo qualquer
Outra verdade que não seja a construída por mim mesmo.

Aí depois disso tudo finalmente eu descubro
A confusão que me afundava da ilusão de que
Aquilo em que acreditava era realmente a verdade
Da verdade, que nunca me ajudou me oferecendo
a felicidade que não se compra na feira, nem
na festa, nem na igreja de trindade.

Agora estou tranqüilo, sem querer entender o certo.
Já que o mundo aberto só confunde
A cabeça de quem quer entender
Mas não entende nada de tanto concluir.

Você me pergunta como consigo ser feliz.
E eu lhe respondo: porque eu quis.

Fábio Coelho (22.03.08)

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