sexta-feira, 4 de abril de 2008

Adolescência


O olhar para o lado direito para ver como o olho dela é lindo. O entrar na sala de aula com cara de sério a fim de impor aos outros que seu caráter merece respeito e interesse.
Esnobar a menina um pouquinho só, que é para ver se ela vem atrás. Dar algum objeto a alguém sem querer troca alguma, só porque caráter diferente é aquele não programado. Fazer graça no elevador para ver se a vida oferece mesmo a oportunidade da posse de alguém. Ter agonia do silêncio, pois o silencio é coisa de quem não tem nada na cabeça. Chorar na frente da criatura presentemente amada para que depois não arrepender de nunca ter sido feliz. Querer viajar para algum lugar bem longe só para se conhecer alguém um pouco mais que interessante. Tentar mostrar os lados bons e esconder as espinhas. Tudo isso é improviso já antes armado que, para conseguir fazer, antes tem que ser um adolescente.É como morrer e nascer; é naturalmente normal. Quando se vê, algo já se consumou. E os adolescentes, esperando cada vez mais, improvisam a solução de viver do jeito como pode e cria. O improviso, sempre inconstante, é a bula de todo mundo que tem a saudável doença de ser adolescente. Não há segredo, cada um descobre o seu para não ser triste.

Fábio Coelho (04.04.08)

Um comentário:

luna disse...

hmm, ficou bem detalhado esse.. vc abrangeu todos os elementos da aborrescência..
e eu tenho raiva! aahh, tem coisa que eu gosto sim, mas esse comecinho aí por exemplo, nooossa, já passei tanto por isso, que enxeu meu saco! eu sou impaciente até pra lembrar desses olharzinhos chatos! dsauihduiashduiashuidha
não é revoltaaaa! deuhdue
bzuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu