sábado, 14 de março de 2009

Inspiração da revolta


Há muito tempo quando fui à Brasília
O povo de lá me falava que goiano
Não tinha abertura pra se expressar
Porque o sotaque não soava tão bem
Quanto o catarro que sai do R candango.

Para falar a verdade eu nunca aceitava
A teoria de que só valia a intelectualidade
Garantida no sotaque que nenhum caipira
Saque como um paulista ou um gaúcho.

Eu puxo, puxo sim a porta e o portão
Mas não ouço bem o chiado do carioca
Que soca no pastel e na castanha que
Todo nordestino tanto adora.

E os cearenses, com suas cabeças chatas
E preocupadas com a recepção dos turistas,
Admiradores das lindas praias e saias
Usadas pelas negras do bumbum
Cuja curva não se encontra em mais lugar nenhum.

E depois os tais turistas falam mal do nordeste
Depois de ter sentado nas cadeirinhas
Passando os pés nas areias lindas
E levantando as suas mãozinhas naquela preguiça
Para mais uma água de côco.


Observe, absorve e tenha calma,
Que ainda tem muita filosofia
Entre a simpatia e o cerne da alma.


03.10.07

2 comentários:

marcos disse...

Gosto do que você escreve.

luna disse...

E depois os tais turistas falam mal do nordeste
Depois de ter sentado nas cadeirinhas
Passando os pés nas areias lindas
E levantando as suas mãozinhas naquela preguiça
Para mais uma água de côco.

ahshaushdaushudauhdsa, adorei, adorei!
nossa jor que crítica macia, sabe? uma crítica suave, que rasga com delicadeza.
só não entendi a última estrofe..
'Que ainda tem muita filosofia
Entre a simpatia e o cerne da alma.' =/
;***