quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Aluna Luna


A consideração perfeita,
Como também é a compreensão
Das dores sofridas por causa
Da criatura amada
Nasce automaticamente.

A confusão não existe por acaso.
Nesse caso ela nasceu pela vontade
De se conversar de verdade.

Essa vontade também nasce
Sem porquê. Mas o porquê
Nunca nasce sem vontade de nascer.

A hiperatividade, escondida
Por vergonha é como uma cegonha
Que resgata a sorte de quem
Não nasceu para morrer no vazio.

Enquanto muita gente legal
Vive de circunstancia
Imprevisível e improvisada

Surgida do nada, sem motivo
Por que eu não posso
Conhecer alguém significativo?

A necessidade de mostrar
as verdades sobre a verdade mental
nessa sociedade infernal
pode ser hiperatividade.

Mas isso não é problema
O problema é não fazer poema
Quando a raiva ou decepção
Sobre si mesmo vem na contramão
Da rua onde tem feiras de virtudes.

E a sua virtude é não se conformar
Em ter preguiça de pensar.
Mas eu sei que você não agüenta
E sair do beco você tenta,
Não importa se sua cabeça esquenta.

Nessa viagem de vida
Onde a dor é ser só uma, querida,
O mais gostoso é escrever
Só pra ver a nota da redação.

Mas não importa a coesão,
Nem importa a coerência
Tirar nota ruim não faz mal
Só aumenta sua experiência.

O resto quase não tem valor,
E se o tema for amor
Não se preocupe, Luna aluna.
Nesse caso ninguém é professor.


Fábio Coelho (18.03.08)

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