quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Cabelo de fogo


Goiânia, capital sem sujeira
Mas muito pequenininha
Para aventuras da filha primeira
De Dona Terezinha.

Vontade de sair, de conhecer o mundo e as paixões.
Namorar até de madrugada, amar mil garanhões.
Mas ali havia uma barreira muito pesada
Era um tal de Teco, que não permitia quase nada.

A Moema, com seu cabelo de fogo e suas pintinhas
Foi ao desafio conhecer outro mundo,
Algo mais profundo: liberdade e fortaleza
E chegando ao rio de janeiro, naquele paradeiro
Foi dar aula de Língua Inglesa.

Construiu sua humana vida assim,
Sem medo, acordando cedo e indo trabalhar.
De Leblon a Ipanema, com vício em cinema
Conhecendo o mundo a beira-mar.

A Moeminha até que gostava dessa vida
Dura e puxada, porém mais gostosa que Coca
Até que um dia ela conhece um malandro carioca
E com ele tem duas filhas mais teimosas que pipoca.

A mulher do cabelo de fogo queria fazer mais faísca.
Aquilo ainda não a deixava satisfeita
Foi então em Santos que trocar sua vida ela aceita
Por um açougueiro bonito e barrigudo
Que não tinha nada, mas, sim, tinha tudo.
Estrutura, atitude, Ceará de conteúdo.

E na cobertura de um prédio qualquer
Com vista para o Atlântico,
Artesanato, isso é fato, prato, picanha, talher
Não seria tão elegante Nilson Cavalcante
Com outra mulher.


Fábio Coelho
07.02.2007

Um comentário:

Juliana Walczuk disse...

Sentia falta de ler o que escreve (: