sábado, 4 de abril de 2009

Perdão Absoluto


O quê? Mentira... Quanta ingenuidade! Não consegues perdoar? Pois bem, cabeça-dura, ouça-me com calma. Nem venha te compadecer com tal adjetivo por mim dado a ti agora. Ou pensas que eu também não sei que ser cabeça-dura é o melhor modo de se proteger de mais um alheio vacilo e medo de sofrer um outro sem ao menos ver? É isso aí, grande amigo. Ninguém gosta de sofrer duas vezes, pois a imunização diz basta à lágrima repetitiva. Mas vamos transportar o contexto de perdoar para um lugar onde a mágoa não traria lucro algum ao revoltado. Agora já iniciamos o ponto de partida necessário à conclusão, respire fundo e se não chegar a ti o que eu tenho para te falar, é normal: o tempo cuidará disso. Se não consegues perdoar, estás errado, pois quando imaginas tua presença em riso ou excesso de silêncio com presença da criatura amada, já perdoaste. Não adianta, a imaginação não é controlada por ti, é instinto que ultrapassa razão. Tu nunca quis imaginar; imaginas e já foi imaginado. Não há borracha que apague. Sendo tudo muito assim, não te preocupes na pobreza de não perdoar, a sua vontade é aleatória, e o perdão em conseqüência, automático. Aí tudo se limpou: a cicatriz virou conclusão de que nada do que querias acontecerá se não tiveres dó de quem erra, posto que piedade é garantia total daquilo a que alguns designam paz.

Fábio Campos Coelho (04.04.09)
-05:14 da madrugada-

Um comentário:

Juliana Walczuk disse...

E é o perdoar, o ato do mais puro e jorrante amor.